segunda-feira, 18 de maio de 2015

Livro Recomendado da Semana - 17 a 23/05/2015

O NOME DA ROSA - UMBERTO ECO

O LIVRO

Ficção de estreia de um dos mais respeitados teóricos da Semiótica, O Nome da Rosa transformou-se em prodígio editorial logo após seu lançamento, em 1980.
Tamanho sucesso não parecia provável para um romance cuja trama se desenrola em um mosteiro italiano na última semana de novembro de 1327.
Ali, em meio a intensos debates religiosos, o frade franciscano inglês Guilherme de Baskerville e seu jovem auxiliar, Adson, envolvem-se na investigação das insólitas mortes de sete monges, em sete dias e sete noites.
Os crimes se irradiam a partir da biblioteca do mosteiro - a maior biblioteca do mundo cristão, cuja riqueza ajuda a explicar o título do romance: "o nome da rosa" era uma expressão usada na Idade Média para denotar o infinito poder das palavras.
Narrado com as astúcia e graça de quem apreciou (e explicou) como poucos as artes do romance policial, O Nome da Rosa encena discussões de grandes temas da Filosofia europeia, num contexto que faz desses debates um ingrediente a mais da ficção.
O livro de Eco é ainda uma defesa da comédia - a expressão do homem livre, capaz de resistir com ironia ao peso de homens e livros.

PERSONAGENS

Frei Guilherme de Baskerville
Franciscano discípulo de Roger Bacon (filósofo inglês). Personagem inspirado no detetive Sherlock Holmes, de Conan Doyle (que tem como um de seus casos mais célebres "O Cão dos Baskervilles").
"Era, pois, a aparência física de frei Guilherme de tal porte que atraía a atenção do observador mais distraído. Sua estatura superava a de um homem normal e era tão magro que parecia mais alto. Tinha olhos agudos e penetrantes; o nariz afilado e um tanto adunco conferia ao rosto a expressão de alguém que vigia" (trecho de O Nome da Rosa que descreve o personagem).
"Até seu físico era tal que despertava a atenção do mais descuidado observador. Quanto a sua estatura, passava de 1,80m, mas era tão magro que parecia mais alto ainda. Seus olhos era agudos e penetrantes, e seu nariz delgado e aquilino, acrescentava às suas feições um ar de vigilância e decisão". (trecho de Um Estudo em Vermelho, de Conan Doyle, no qual se descreve Sherlock Holmes).

Adso de Melk
Noviço da Ordem de São Bento de origem alemã. É o narrador do romance e braço direito de Baskerville, como Watson era de Sherlock Holmes. Umberto Eco diz que é um personagem que não compreende nada até o fim. "Fazer compreender tudo através das palavras de alguém que não compreende nada (...) Agora me pergunto se este não foi um dos elementos que determinaram a legibilidade do romance por parte de leitores não sofisticados. Identificaram-se com a inocência do narrador."

Jorge de Burgos
Monge místico e cego, guardião da biblioteca da abadia, onde se desenrola a história. É descrito como "a própria memória da biblioteca". Foi inspirado no escritor argentino Jorge Luís Borges, cego na velhice, e autor de diversas histórias ambientadas em bibliotecas.

Onde se passa a história
Novembro de 1327.

A trama
São várias as camadas de histórias do romance. A mais evidente é a investigação, feita por Guilherme de Baskerville, de uma série de assassinatos de monges na abadia, aparentemente causados por razões passionais.

O filme
O romance foi adaptado ao cinema em 1986, em produção dirigida pelo francês Jean-Jacques Annaud e estrelada por Sean Connery (Guilherme de Baskerville) e Christian Slater (Adso).

O AUTOR

Nascido em Alessandria, Itália, em 1932, Umberto Eco construiu sólida carreira como professor de Semiótica na Universidade de Bolonha.
Ensaísta de renome mundial, dedicou-se a temas como estética, semiótica, filosofia da linguagem, teoria da literatura e da arte e sociologia da cultura. Autor de artigos de opinião nos jornais Espresso e La Repubblica, estreou como romancista com O Nome da Rosa, em 1980.
Depois do imenso sucesso colhido na Itália e em todo o mundo, escreveu O Pêndulo de Foucault (1988), A Ilha do Dia Anterior (1994) e Baudolino (2000).
Entre suas obras ensaísticas destacam-se Obra Aberta (1962), Apocalípticos e Integrados (1964), A Estrutura Ausente (1968), As Formas do Conteúdo (1971), Tratado Geral de Semiótica (1975), Seis Passeios pelos Bosques da Ficção (1994) e Sobre a Literatura (2003). Seus textos jornalísticos estão reunidos em Diário Mínimo (1963), O Segundo Diário Mínimo (1990) e A Coruja de Minerva (2000).


Nenhum comentário:

Postar um comentário