A GUERRA DO FIM DO MUNDO - MARIO VARGAS LLOSA
O LIVRO
Em 1977, depois do sucesso com o romance "Tia Julia e o escrevinhador",
Mario Vargas Llosa começou a escrever um romance que seguia um caminho
diferente: em vez de usar suas memórias para compor uma história de
forte veia cômica, ele decidiu recontar a dramática Guerra de Canudos,
impressionado pela leitura, alguns anos antes, de Os Sertões, de
Euclides da Cunha. Em 1980, após exaustivas pesquisas em arquivos
históricos e viagens pelo sertão da Bahia, ele terminava A guerra do fim
do mundo, livro que, hoje, é reconhecido como o seu tour de force.
Nele, o habilidoso escritor peruano constrói uma saga que engloba tudo;
honra e vingança, poder e paixão, fé e loucura. “Este romance me fez
viver uma das aventuras literárias mais ricas e exaltantes”, escreve
Vargas Llosa no prefácio a essa edição. “Peregrinei por todas as vilas
onde, segundo a lenda, o Conselheiro pregou, e nelas ouvi os moradores
discutindo ardorosamente sobre Canudos, como se os canhões ainda
trovejassem no reduto rebelde e o Apocalipse pudesse acontecer a
qualquer momento naqueles desertos salpicados de árvores sem folhas,
cheias de espinhos.” O resultado disso é um livro inesquecível, um épico
moderno sobre Antônio Conselheiro e um dos conflitos mais sangrentos da
história brasileira. Lançado originalmente em 1982, esse é o primeiro
romance que Vargas Llosa situou fora do Peru. Nele, o autor dá uma nova
dimensão à história de Antônio Conselheiro, em que personagens de carne e
osso, alguns reais, outros imaginados, empreendem uma saga sem
paralelos na história do país.
O AUTOR
Jorge
Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa (Peru), em 1936, e passou a
infância na Bolívia. De volta ao Peru, estuda Direito e Letras.
Em 1959 vai para Madri, onde faz doutorado em Filosofia e Letras. Muda-se para Paris, como redator da France Presse. Seu primeiro livro, Os Chefes, é de 1959. Obtém sucesso internacional com o romance Batismo de Fogo (1962), traduzido para várias línguas.
Em 1964, regressa ao Peru e realiza sua segunda viagem à selva amazônica. Trabalha como tradutor para a Unesco, na Grécia. Pantaleão e as Visitadoras sai em 1973. Pelos próximos anos, reside em Paris, Londres e Barcelona.
Em 1981, publica A Guerra do Fim do Mundo,
no qual narra a história da Guerra de Canudos. Volta ao Peru em 1983;
sete anos depois concorre às eleições presidenciais (chegando ao segundo
turno). Em seguida, muda-se para Londres, onde vive até hoje. Entre
seus muitos títulos de ficção, jornalismo e ensaio, cabe mencionar os
mais recentes: A Linguagem da Paixão (2002), Paraíso na Outra Esquina (2003), Travessuras da Menina Má (2006), O Sonho do Celta (2010) e O Herói Discreto (2013).
Em
7 de Outubro de 2010 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura
pela Academia Sueca de Ciências "por sua cartografia de estruturas de
poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota
individual". O então presidente do Peru, Alan García, considerou o
prêmio a Llosa como "um reconhecimento a um peruano universal".