sábado, 27 de julho de 2019

BIBLIOTECA MOCORONGA (PARCIAL)

LIVROS DE LITERATURA/CULTURA SANTARENA DISPONÍVEIS PARA LOCAÇÃO

AMORIM, Antonia Terezinha dos Santos. Sairé: uma Manifestação Cultural do Povo Borari, Santarém: SM Turismo, [6155]
AMORIM, Antonia Terezinha dos Santos. Santarém: uma Síntese Histórica, Santarém: Ed. da Ulbra, [5653]
BARATA, Ruy Guilherme Paranatinga. Antilogia, Belém: RGB/Secult, 2000.
BARATA, Ruy Guilherme Paranatinga. A Linha Imaginária - Poemas, Belém: Edição Norte, 1951.
BEMERGUY, Emir. Aquarela Mocoronga, Santarém: Tiagão, [6152]
BEMERGUY, Emir. Maromba, Santarém: Prefeitura Municipal de Santarém/Secretaria de Cultura, [5901]
BEMERGUY, Emir. Santarenices, Santarém: ICBS, [5340]
CANTO, Euler. Lembrançãs de uma Vida, Santarém: Global, [6229]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. A Festa da Padroeira de Santarém, Santarém: Ed. do Autor, [6209]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. Alter-do-Chão e Sairé: Contribuição para a História, Santarém: Tiagão, [6206]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. De Cuiabá a Santarém: Anotações Históricas, Santarém: Ed. do Autor, [6210]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. Os Primórdios do Teatro em Santarém, Santarém: Ed. do Autor, [6211]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. Santarém: Histórias e Curiosidades, Volume 1, Santarém: Ed. do Autor, [6207]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. Santarém: Histórias e Curiosidades, Volume 2, Santarém: Ed. do Autor, [6208]
CANTO, Pe. Sidney Augusto. Sobre o Centro Histórico de Santarém, Santarém: Ed. do Autor, [6212]
COUDREAU, Henri. A Viagem ao Tapajós (Trad. Eugênio Amado), Itatiaia/USP, [6199]
CUNHA, Ambelino Minael & COLARES, Anselmo Alencar et al. Narrações Esportivas em Santarém: da Carta ao Facebook, Santarém: IHGTap, [6224]
FERREIRA, Edilberto. O Berço do Sairé, Santarém: Ed. do Autor, [6219]
FERREIRA, Edilberto. Santarém: Simplesmente Mágica, Santarém: Ed. do Autor, [6220]
FIGUEIRA, Laurimar do Carmo. (Org.). Festival de Poesia de Santarém - 2005 / 2007 / 2009, Santarém: Prefeitura Muncipal de Santarém, [6147]
FONSECA, Wilde Dias da. Folclore em Santarém, Santarém: ICBS, [6145]
FONSECA, Wilde Dias da. Pequena História da Congregação dos Irmãos de Santa Cruz e o Jubileu de Ouro do Colégio Dom Amando, Santarém: Tiagão, [6146]
FONSECA, Wilde Dias da. Santarém: Logradouros Públicos, Santarém: ICBS, [6153], [6154]
FONSECA, Wilde Dias da. Santarém: Momentos Históricos, 5ª Edição, Santarém: ICBS, [5959]
FONSECA, Wilde Dias da. Santarém: Momentos Históricos, 6ª Edição, Santarém: ICBS, 2015.
GALVÃO, Éfrem. A Canguçu e o Eldorado, Santarém: Ed. do Autor, [3566]
GALVÃO, Éfrem. A Descendência de Maria Chibé, Santarém: ICBS, [4660]
GALVÃO, Éfrem. Amazônia: Lenda e Romance, Santarém: ICBS, [4690]
GALVÃO, Éfrem. Foi Assim..., Santarém: Tiagão, [6248]
GALVÃO, Éfrem. Romanceiro Mocorongo ou A Quase História de Santarém, Santarém: Tiagão, [2091]
GALVÃO, Éfrem. Vagas Lembranças de Quase Nada, Santarém: Tiagão, [4661]
GALVÃO, Éfrem. Velho Caduco e Onça Corrupta, Santarém: Tiagão, [5147]
ICBS. Agapito: O Embaixador do Arapixuna, Santarém: ICBS, [6400]
ICBS. Dica Frazão A Divina Artesã, Santarém: ICBS, [6218]
ICBS. Dom Tiago: O Missionário do Tapajós, Santarém: ICBS, [6215]
ICBS. Emir Bemerguy: Pescador de Almas e Tucunarés, Santarém: ICBS, [6217]
ICBS. Isoca: Idílio do Infinito, Santarém: ICBS, [6216]
ICBS. Zeca: O BBC de Santarém, Santarém: ICBS, [6214]
MARINHO, Gizele Maria Pereira (Org.). 100 Anos - Colégio Santa Clara; Berço da Congregação SMIC - Históricas, Vivências e Memórias, Santarém: SMIC, [6222]
MOREIRA, Neucivaldo. Seleta e Outros Poemas, Santarém: Vitória Régia, [6226]
PINTO, Lúcio Flávio. A Tragédia de Santarém: Prelúdio do AI-5 na Amazônia, Belém: Jornal Pessoal, 2018.
REIS, Arthur Cézar Ferreira. Santarém: Seu Desenvolvimento Histórico, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
SANTOS, João. Apontamentos para a História da Igreja em Santarém, Santarém: Ed. do Autor, [0094]
SANTOS, João. Cabanagem em Santarém, Santarém: Ed. do Autor, [****]
SANTOS, João. Monsenhor Frederico Costa - 1º Prelado de Santarém, Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1978.
SANTOS, Paulo Rodrigues dos. Tupaiulândia - Santarém - Pará, 2ª Edição, Belém: Grafisa, 1974.
SANTOS, Paulo Rodrigues dos. Tupaiulândia, 3ª Edição: Santarém: Gráfica Tiagão, 1999.
SILVA, Alexandre Augusto. Além do Azul - Contos, Santarém: ICBS, [5602]
SOUZA, José Bentes de. Carequinha: 50 Anos, Santarém: Gráfica Brasil, [6223]
SOUZA, José Bentes de. O Julgamento do Boto - Poema, Santarém: Ed. do Autor, [6233]
SUSSUARANA, Felisberto. Contos Amazônicos, Santarém: ICBS, [6452]
SUSSUARANA, Felisberto. O Mergulho de Felisbelo Sussuarana no CLARO-ESCURO do Homem e da Obra, Santarém: Gráfica e Editora Tiagão, 1991.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Recomendado da Semana:: 30/07 a 05/08/2017

A FÓRMULA DE DEUS - JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS

O LIVRO
Contratado para decifrar um manuscrito de Einstein só agora descoberto, Tomás Noronha, professor universitário, envolve-se num jogo duplo entre o Ministério da Ciência Iraniano e a CIA, procurando desvendar a prova científica da existência de Deus, descoberta por Einstein, embora o Irã e os EUA julguem que o documento do cientista expõe a fórmula para fabricar facilmente uma bomba nuclear.
Com a ajuda de Ariana Pakravan, por quem se apaixona, ele tenta sair ileso de mais uma aventura. Enquanto o seu pai tem os dias contados devido a um cancro do pulmão, Tomás tem de escapar às perseguições dos iranianos, após os ter traído para ajudar a CIA. É Ariana quem o ajuda, acabando por se deixar levar pelos seus sentimentos relativamente ao português.
Após uma viagem que vai desde o Irã ao Tibete, e ainda em Portugal, eles conseguem provar, precisamente no dia do funeral do pai de Tomás, que o documento de Einstein não contém a fórmula para o fabrico para um bomba nuclear, mas sim uma tese científica relativa à existência de Deus.

O AUTOR
José Rodrigues dos Santos é jornalista, escritor e professor de Ciências da Comunicação. Nasceu em Moçambique, em 1964. É agora Diretor de Informação da RTP (Rádio e Televisão de Portugal) e apresentador do Telejornal. Doutorou-se em Ciências da Comunicação com uma tese sobre reportagem de guerra. É autor de 21 livros, 17 dos quais de ficção. José Rodrigues dos Santos começou a sua carreira como jornalista em 1981, em Macau, trabalhando para a Rádio Macau. Depois de se licenciar em Comunicação Social na Universidade Nova de Lisboa, em 1987 foi trabalhar para a BBC em Londres e voltou a Portal em 1990, integrando a RTP. De 1993 a 2001 foi colaborador da CNN. José Rodrigues dos Santos ganhou vários prêmios acadêmicos e jornalísticos. Venceu o Prêmio Ensaio, do Clube Português de Imprensa, em 1986, e American Club of Lisbon Award for Academic Merit, do American Club of Lisbon em 1987. Ganhou o Grande Prêmio de Jornalismo do Clube Português de Imprensa, em 1994, pela história "Huambo Battle", o Best News Story of the Year for The Sunday, em 1998, pela reportagem "Albania Bunkers", e o Contributor Achievement Award, em 2000, pelo conjunto do seu trabalho.
Casou, em 1988, com Florbela Cardoso. Tem duas filhas, Catarina Cardoso Rodrigues dos Santos (1991) e Inês Cardoso Rodrigues dos Santos (1998).

SUAS OBRAS

Imortal (2019) - Série Tomás Noronha Nº 10
Sinal de Vida (2018) - Série Tomás Noronha Nº 9
A Amante do Governador (2018) - Quadrilogia do Lótus Nº 4
O Reino do Meio (2017) - Quadrilogia do Lótus Nº 3
Vaticanum (2016) - Série Tomás Noronha Nº 8
O Pavilhão Púrpura (2016) - Quadrilogia do Lótus Nº 2
As Flores de Lótus (2015) - Quadrilogia do Lótus Nº 1
A Chave de Salomão (2014) - Série Tomás Noronha Nº 7
Um Milionário em Lisboa (2013) - Série Calouste Gulbenkian Nº 2
O Homem de Constantinopla (2013) - Série Calouste Gulbenkian Nº 1 
A Mão do Diabo (2012) - Série Tomás Noronha Nº 6
O Último Segredo (2011) - Série Tomás Noronha Nº 5
O Anjo Branco (2010)
Conversas de Escritores (2010)
Fúria Divina (2009) - Série Tomás Noronha Nº 4
A Vida num Sopro (2008)
O Sétimo Selo (2007) - Série Tomás Noronha Nº 3
A Ilha das Trevas (2007)
A Fórmula de Deus (2006) - Série Tomás Noronha Nº2
O Códex 632 (2005) - Série Tomás Noronha Nº 1
A Filha do Capitão (2004)

domingo, 14 de maio de 2017

LANÇAMENTO DO LIVRO "O PENSAMENTO MAÇÔNICO DE FERNANDO PESSOA"



O Professor de Língua Portuguesa e Literatura, Valdenir Araújo Pessôa, lança, no dia 13 de Junho de 2017, o livro “O Pensamento Maçônico de Fernando Pessoa” (Editora Íbis Santarena, 180 páginas). A obra terá sessão de autógrafos no Theatro Victoria (Trav. Senador Lemos, 60 - Centro). O livro é uma antologia de textos nos quais o escritor português Fernando Pessoa tece seus conhecimentos sobre a Ordem Maçônica. O organizador da coletânea gastou quase cinco anos para recolher e cotejar os textos que, em sua maioria, nunca foram publicados no Brasil, sendo por isso até agora inéditos.

A ideia que reaparece de modo constante nos textos de Fernando Pessoa é desenvolvido com valor simbólico para expressar uma preocupação dominante de seu vasto conhecimento sobre a história, rituais e segredos maçônicos que só um iniciado teria condições de saber. Mas o próprio Pessoa afirma não pertencer a Ordem Iniciática nenhuma, fazendo que os estudiosos de sua obra fiquem duvidosos quanto à veracidade desta afirmação.

Neste caso em particular, tirem suas próprias conclusões após a leitura deste livro.





















Expediente:

O quê?

Lançamento do Livro “O Pensamento Maçônico de Fernando Pessoa”
Editora: Íbis Santarena
Preço: R$ 35,00  
180 páginas


Compre o livro antecipadamente no link abaixo:



Quando? 13 de Junho de 2017.

Que horas? A partir das 20h Onde? Theatro Victoria (Trav. Senador Lemos, 60 - Centro)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Recomendado da Semana 23 a 29/10/2016

A GUERRA DO FIM DO MUNDO - MARIO VARGAS LLOSA

O LIVRO
Em 1977, depois do sucesso com o romance "Tia Julia e o escrevinhador", Mario Vargas Llosa começou a escrever um romance que seguia um caminho diferente: em vez de usar suas memórias para compor uma história de forte veia cômica, ele decidiu recontar a dramática Guerra de Canudos, impressionado pela leitura, alguns anos antes, de Os Sertões, de Euclides da Cunha. Em 1980, após exaustivas pesquisas em arquivos históricos e viagens pelo sertão da Bahia, ele terminava A guerra do fim do mundo, livro que, hoje, é reconhecido como o seu tour de force. Nele, o habilidoso escritor peruano constrói uma saga que engloba tudo; honra e vingança, poder e paixão, fé e loucura. “Este romance me fez viver uma das aventuras literárias mais ricas e exaltantes”, escreve Vargas Llosa no prefácio a essa edição. “Peregrinei por todas as vilas onde, segundo a lenda, o Conselheiro pregou, e nelas ouvi os moradores discutindo ardorosamente sobre Canudos, como se os canhões ainda trovejassem no reduto rebelde e o Apocalipse pudesse acontecer a qualquer momento naqueles desertos salpicados de árvores sem folhas, cheias de espinhos.” O resultado disso é um livro inesquecível, um épico moderno sobre Antônio Conselheiro e um dos conflitos mais sangrentos da história brasileira. Lançado originalmente em 1982, esse é o primeiro romance que Vargas Llosa situou fora do Peru. Nele, o autor dá uma nova dimensão à história de Antônio Conselheiro, em que personagens de carne e osso, alguns reais, outros imaginados, empreendem uma saga sem paralelos na história do país.

O AUTOR
Jorge Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa (Peru), em 1936, e passou a infância na Bolívia. De volta ao Peru, estuda Direito e Letras. Em 1959 vai para Madri, onde faz doutorado em Filosofia e Letras. Muda-se para Paris, como redator da France Presse. Seu primeiro livro, Os Chefes, é de 1959. Obtém sucesso internacional com o romance Batismo de Fogo (1962), traduzido para várias línguas. Em 1964, regressa ao Peru e realiza sua segunda viagem à selva amazônica. Trabalha como tradutor para a Unesco, na Grécia. Pantaleão e as Visitadoras sai em 1973. Pelos próximos anos, reside em Paris, Londres e Barcelona. Em 1981, publica A Guerra do Fim do Mundo, no qual narra a história da Guerra de Canudos. Volta ao Peru em 1983; sete anos depois concorre às eleições presidenciais (chegando ao segundo turno). Em seguida, muda-se para Londres, onde vive até hoje. Entre seus muitos títulos de ficção, jornalismo e ensaio, cabe mencionar os mais recentes: A Linguagem da Paixão (2002), Paraíso na Outra Esquina (2003), Travessuras da Menina Má (2006), O Sonho do Celta (2010) e O Herói Discreto (2013). Em 7 de Outubro de 2010 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura pela Academia Sueca de Ciências "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". O então presidente do Peru, Alan García, considerou o prêmio a Llosa como "um reconhecimento a um peruano universal".

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Desinteresse pelo livro - Salomão Laredo

Revendo meus recortes de jornais, encontrei este artigo de Salomão Laredo, escritor e jornalista paraense, que foi publicado em O Liberal, 21 de abril de 2004. Reproduzo-o na íntegra, por achá-lo interessantíssimo e ainda muito atual. Deleitem-se!

DESINTERESSE PELO LIVRO

Alguns amigos que sabem que há mais de vinte anos vou às escolas para conversar com os estudantes sobre a importância da leitura e do livro no sentido de fomentar o hábito de ler, perguntam-me por que o brasileiro não lê. Creio que sejam inúmeras as causas, mas podemos sublinhar algumas, dentre elas: percebo que a família não está educando os filhos nesse sentido. Outra: inexiste campanha sistemática e permanente (todo o tempo) para formar leitores. Há pouquíssimas bibliotecas e, por não serem lugares agradáveis de se ir e estar, mais afastam do que atraem o possível leitor.
A geração leitora de livros está passando e quem está chegando quase não tem o costume de ler, e quem não lê, não pode servir de exemplo, que é o que move alguém a alguma coisa. A experiência que adquiri nestes tempos em contato com professores e alunos (e assim imagino realizar trabalho mais eficiente, produtivo e útil às instituições de que faço parte) me autoriza a dizer que, na família onde os pais são leitores, não há necessidade de se falar aos filhos sobre a importância da leitura, basta o exemplo.
Claro, quem lê vai à livraria, biblioteca, banca de revista e leva os filhos que, pouco a pouco, percebem a importância desse saudável e salutar hábito de adquirir conhecimento, informação, moedas de ouro nestes tempos mundializados. Quem lê, dá livro de presente aos filhos, aos amigos, aos parentes, fala de livros, comenta, opina sobre conteúdo e isso vai incentivando outros.
Quem não é leitor, infelizmente, encontra todas as razões para se desinteressar por leitura. Vai justificar que os livros são inacessíveis porque custam caro nas poucas livrarias (que diminuíram de 800 para 600 em todo o Brasil) do lugar; que as bibliotecas estão fechadas nos horários  em que poderiam frequentá-las, que não há as obras que gostaria de ler, que são espaços calorentos, poeirentos, com atendentes mal-humorados e que há desconforto nas mesas e cadeiras. Muitas reclamações assim procedem, sem dúvida.
Os livros deveriam ser subsidiados para chegarem mais baratos às mãos de quem deseja adquiri-los (embora eu ache que nem de longe isso chegar a ser um interdito ou problema para que alguém leia). As bibliotecas públicas deveriam ser lugares mais abertos, atraentes, sedutores, com um bom acervo, permanente aquisição de novas obras e profissionais - bibliotecários - trabalhando alegres e felizes, com um digno salário, condições de atendimento e o prazer de estar fazendo o que gosta por livre opção de mercado.
E o que dizer das bibliotecas escolares? Com suas destacadas exceções, infelizmente, por não serem prioridades do sistema (não possuem infraestrutura de funcionamento) o pessoal tem que se esforçar bastante para essa ausência infraestrutural não vir a colaborar no desinteresse maior por livro e leitura. O aluno que vem de uma casa onde há total desinteresse por livro e quer mais permanecer nos vídeos games ou no futebol. É mais prazeroso, claro.
E bibliotecas que nunca abrem ao público, que ficam escondidas nos fundos da escola e que a função (por falta de condição) é só para alguém copiar trecho de livro didático como "trabalho de pesquisa"?
É certo que temos muitos avanços, que há muita gente e instituições trabalhando pela formação do leitor. Mas é preciso que todos nos empenhemos.
Temos que trabalhar muito e todos juntos para formar leitor, para exigir que os governos tenham políticas públicas que priorizem a leitura e tudo que daí decorre para que as novas gerações se tornem leitoras, gente com consciência social que vai fazer a diferença em uma nova sociedade que deve ser construída por cada um de nós.
No domingo passado, dia 18 de abril, transcorreu o Dia do Livro, quando foi aberta a Bienal do Livro de São Paulo. Meditemos o que podemos fazer para que se amplie o interesse de todos pelo livro e pela leitura. No mínimo, lutemos para que os governos mantenham campanhas permanentes na formação do leitor e adoção de novos espaços para o leitor e para o livro. Elejamos, neste ano eleitoral, políticos que se comprometam efetivamente com isso. A mudança vai acontecer.
É assim, com sério e permanente investimento em educação e cultura, que passam pela leitura e pelo livro, que adquirimos consciência social, que renovamos os cidadãos, que garantimos o aperfeiçoamento democrático, que ganhamos, nesse mar de diferentes, o entendimento de que tanto precisamos para nossa civilização. E aí, com certeza, alguém pode querer saber: por que o brasileiro lê?

domingo, 6 de setembro de 2015

Livro Recomendado da Semana - 13 a 19/09/2015

UMA TRAGÉDIA AMERICANA - THEODORE DREISER

O LIVRO / COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO

Um dos valores da obra de Theodore Dreiser, escritor estadunidense de início do século XX é ter como objeto de suas histórias a classe trabalhadora. Por Ronan
Talvez demore muito tempo para que uma pessoa consiga perceber o quanto os populares são excluídos das pinturas, novelas e romances. No Brasil, o hábito é que uma população empobrecida se acostume embasbacar com um cotidiano de elite apresentado pela televisão. Ao contrário, tal como em romances de Victor Hugo, Leon Tolstoi, John Steinkbeck, Émile Zola, Fiódor Dostoiévski, tem-se presente, em Theodore Dreiser, o universo popular.
Uma Tragédia Americana é um livro extenso que compensa o esforço. Publicado por Dreiser no ano de 1925, a obra narra a odisseia de um jovem pobre em busca da ascensão social. O livro parece mesmo a biografia de qualquer um dos milhões de jovens que se pode encontrar em qualquer cidade grande: Clyde, o herói da história, passa pela origem humilde, o encantamento com o mundo do consumo, as variadas formas de tentar negar a condição de pobre e trabalhador, o conflito entre os valores familiares e a cultura juvenil, entre o compromisso com o orçamento familiar e o luxo possível, o abandono de preceitos morais e do caráter pelo sucesso a qualquer preço. O livro sintetiza bem a filosofia do mundo contemporâneo: vencer na vida, quando isso é sinônimo de dinheiro, fama, glamour. Vencer na vida, independente do preço moral da vitória. Com efeito, Clyde se dispõe a abandonar irmãos e pais, depois uma namorada grávida e até mesmo assassiná-la na busca do sucesso.
O romance também faz um retrato exato das relações de afinidade e parentesco que a elite tece para se manter coesa e no poder, das práticas culturais e dos símbolos utilizados para se distinguir dos populares, do profundo desprezo com que enxerga os pobres e do cinismo (insensibilidade) com que encara a condição dos trabalhadores. Da mesma forma, mostra como e elite joga por terra qualquer condicionamento moral quando se trata de livrar um dos seus e manter o status.
De uma perspectiva anticapitalista, Uma Tragédia Americana é ainda envolvente porque narra o abandono dos valores de classe por um jovem proletário que acaba por ferrar-se no encantado mundo de consumo e glamour da elite: hipnotizado por ela, é trucidado em suas mãos. Em vários momentos da história, Clyde tem a oportunidade de constatar o desprezo e a condição subalterna a que é voltado, mas permanece em seu encalço até o desfecho. Ele prefere arriscar tudo, até mesmo a vida, a permanecer como trabalhador. Nesse aspecto, a história de Clyde se assemelha a de tantos jovens pobres que preferem o crime, tragédia certa, a quatro ou cinco horas de condução diária, trabalho estafante e salário baixo, pouco valor social.
A tragédia mostra a adoção pelos explorados da perspectiva dos exploradores e a violência em que isso se processa. De início, Clyde é somente um jovem pobre, filho de protestantes fanáticos que, junto com os filhos, vão cantar e pregar no centro da cidade. É um jovem feliz e bem encaminhado moralmente, sem dúvidas quanto ao destino da vida. Aos poucos ele vai se dando conta de como ele e sua família, por pregarem na rua, por estarem alheios aos consumismo, são ridicularizados pelos demais jovens, que caçoam de suas roupas, de seu corte de cabelo, de seu jeito de ser. Percebe como são vistos os pobres e as pessoas sem vaidade e sem ambições. De como os que não têm dinheiro são tratados como pessoas de segunda ou terceira: sua adesão aos valores urbanos e consumistas é desencadeada pela vontade de ser tratado decentemente. Eis que, na mais miserável das periferias, jovens que consigam ter um Nike no pé ridicularizam e humilham aqueles que não o possuem.
A história serve para ilustrar como que ao exploradores não basta explorar, é necessário segregar e humilhar. Não bastasse a pobreza decorrente da desigualdade social, se procura fazer do pobre um ser de humanidade inferior. Não bastasse os trabalhadores sustentarem com seu suor a riqueza e luxo dos poderosos, eles pretendem, ainda, colocarem-se como moralmente superiores, mais belos, inteligentes, esforçados, puros. Ao mesmo tempo, procuram individualizar os problemas sociais, fazendo com que o pobre se culpe por sua condição e, introjetando os valores do mundo que lhe é negado, se veja como um sujeito menor. Uma Tragédia Americana é um livro e tanto. Trata-se de um romance que vai fundo na análise social e na crítica aos valores dominantes ao enfatizar a miséria moral do mundo do sucesso a qualquer preço.
Fonte: www.passapalavra.info/2009/02/850

O AUTOR

Theodore Herman Albert Dreiser (Terre Haute, Indiana, 27 de Agosto de 1871 - 28 de Dezembro de 1945) foi um escritor e ativista político norte-americano. Sucedeu Franck Norris como o escritor mais representativo do naturalismo nos Estados Unidos.
Seu pai era um imigrante alemão católico, enquanto a mãe pertencia a uma comunidade menonita de agricultores estabelecidos em Dayton, Ohio, tendo sido repudiada após seu casamento e conversão ao catolicismo. Theodore era o 12º de 13 filhos - nodo de dez sobreviventes.
de 1889 a 1890, Theodore frequentou a Universidade de Indiana, antes de ser reprovado. Por vários anos, escreveu para o jornal Chicago Globe e depois para o St. Louis Globe-Democrat.
O seu primeiro romance, Sister Carrie (1900), conta a história de uma mulher que troca a vida do campo por uma vida fútil na cidade de Chicaco, Illinois. O segundo romance, Jennie Gerhardt, foi publicado no ano seguinte. Grande parte da obra subsequente de Dreiser trata de injustiças sociais.
Seu primeiro sucesso comercial, Uma Tragédia Americana (1925), é a história de um jovem de caráter instável surpreendido por acontecimentos que o levam à execução por assassinato. O romance deu origem a um filme em 1931 e novamente em 1951

Dreiser não é tão apreciado por seu estilo mas sobretudo pelo realismo de seu trabalho, pela construção dos personagens e por seus pontos de vista sobre o estilo de vida americano. Teve grande influência sobre a geração de escritores americanos que se seguiu à sua.
Politicamente, Dreiser envolveu-se com várias campanhas contra a injustiça social, incluindo o linchamento do sindicalista Frank Little, um dos líderes na Industrial Workers of the World, o caso Sacco and Vanzetti, a deportação de Emma Goldman e a condenação do líder sindical Thomas Mooney.
Em 1935 a Associação das Bibliotecas de Warsaw, Indiana, ordenou a queima de todos os trabalhos de Dreiser existente nos acervos.
Theodore Dreiser, um militante socialista, ou antes, comunista, escreveu vários livros de não-ficção sobre questões políticas, dentre os quais Dreiser Looks at Russia (1928), sobre sua viagem à União Soviética, em 1927; Tragic America (1931) e America is Worth Saving (19141). Elogiou a União Soviética sob Stálin durante o Grande Terror e a aliança com Hitler.
Filiou-se ao Partido Comunista Americano em agosto de 1945. Em dezembro, faleceu em Hollywood, de ataque cardíaco, aos 74 anos. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park, Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos.

sábado, 29 de agosto de 2015

Livro Recomendado da Semana - 30/08 a 05/09/2015

PANTALEÃO E AS VISITADORAS - MARIO VARGAS LLOSA

O LIVRO

Pantaleão Pantoja tem um senso de disciplina tão profundo que é encarregado pelo Exército peruano de organizar um bordel itinerante. Sua missão é reduzir as taxas e estupro nas zonas militarizadas, oferecendo prostitutas aos soldados. Em cartas enviadas a seus superiores, ele relata o seu sucesso e os testes que faz pessoalmente com a visitadoras. Tudo vai bem até ele se apaixonar pela mais bela das prostitutas.
O jovem capitão Pantaleão Pantoja foi treinado para ser um dos mais eficientes oficiais do Exército peruano. Disciplinado, respeitador das hierarquias, estava preparado para enfrentar qualquer tipo de missão militar.
mas a tarefa que lhe foi designada superava todas as expectativas de um sério oficial de carreira: organizar um bordel na selva amazônica e amenizar a forma sexual da soldadesca que, no isolamento da mata, passara a violentar as mulheres locais, pondo em risco a reputação das Forças Armadas nacionais.
Embora tivesse sempre aspirado a ser um herói de guerra, e não um cafetão das florestas, Pantoja aplica meticulosamente seus conhecimentos de estratégia e de logística na implantação do "serviço de visitadoras" - codinome para o lupanar equatorial. O problema é que nem a disciplina mais férrea foi capaz de evitar um envolvimento amoroso do capitão, perfeito pai de família, com a menina mais bela do "regimento".
Neste romance, Mario Vargas Llosa exibe mais uma vez a sua fantástica capacidade de contar histórias que têm ao mesmo tempo um pé bem plantado na realidade, e outro, no delírio.
No caso, o leitor pode se recordar das investidas bélicas de um Peru em guerra contra o Equador, aqui solapadas por uma comédia erótica que desmonta qualquer pretensão de heroísmo.

O AUTOR

Jorge Mario Pedro Vargas Llosa nasceu em Arequipa (Peru), em 1936, e passou a infância na Bolívia. De volta ao Peru, estuda Direito e Letras.
Em 1959 vai para Madri, onde faz doutorado em Filosofia e Letras. Muda-se para Paris, como redator da France Presse. Seu primeiro livro, Os Chefes, é de 1959. Obtém sucesso internacional com o romance Batismo de Fogo (1962), traduzido para várias línguas.
Em 1964, regressa ao Peru e realiza sua segunda viagem à selva amazônica. Trabalha como tradutor para a Unesco, na Grécia. Pantaleão e as Visitadoras sai em 1973. Pelos próximos anos, reside em Paris, Londres e Barcelona.
Em 1981, publica A Guerra do Fim do Mundo, no qual narra a história da Guerra de Canudos. Volta ao Peru em 1983; sete anos depois concorre às eleições presidenciais (chegando ao segundo turno). Em seguida, muda-se para Londres, onde vive até hoje. Entre seus muitos títulos de ficção, jornalismo e ensaio, cabe mencionar os mais recentes: A Linguagem da Paixão (2002), Paraíso na Outra Esquina (2003), Travessuras da Menina Má (2006), O Sonho do Celta (2010) e O Herói Discreto (2013).
Em 7 de Outubro de 2010 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura pela Academia Sueca de Ciências "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". O então presidente do Peru, Alan García, considerou o prêmio a Llosa como "um reconhecimento a um peruano universal".

COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO

Por Cassiano Elek Machado da Folha de São Paulo

Pantaleão e as Visitadoras é um livro safado. E não apenas pelas safadezas de seu ardido enredo. Militar exemplar, estilo Ordem e Progresso, o capitão Pantelão Pantoja, recebe uma missão de importância capital para sua pátria: montar um serviço de "visitadoras" para os soldados que, isolados em guarnições perdidas na transpirante Amazônia peruana, vinham se transformando em estupradores em série.
Na organização desse delivey de moças de fino trato, Pantita topa com ossos duros de roer: a igreja tacanha, a imprensa sensacionalista, uma burocracia de fazer corar Kafka e, desafio maior, uma morena apelidada de Brasileira.
Romance com o qual Vargas Llosa, em suas próprias palavras, "descobriu o humor", Pantaleón finta todas essa coleção de arcaísmos latino-americanos com a leveza de um passarinho. Com um texto ágil, mas que incorpora recursos narrativos sofisticados, o escritor peruano consegue neste livro publicado há quarenta e dois anos algo semelhante aos dribles de Mané Garrincha.
É divertido, mas contundente; parece simples, mas tem grande engenho; deixa qualquer leitor estatelado no chão. Romance de pernas tortas, Pantaleão e as Visitadoras é definitivamente um livro safado.