sábado, 11 de julho de 2015

Livro Recomendado da Semana - 12 a 18/07/2015

CEM ANOS DE SOLIDÃO - GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ

O LIVRO
O livro conta a história de Macondo, uma cidade mítica, e a dos descendentes de seu fundador, José Arcadio Buendía, durante um século. Usando recursos do realismo mágico, estilo que ajudaria a difundir a partir do seu lançamento, em 1967, o livro mescla revoluções e fantasmas, incesto, corrupção e loucura, tudo tratado com naturalidade. A história começa quando as coisas não tinham nome e vai até a chegada do telefone.
Um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a memória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura. Homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas.
São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romance, no qual se narra a mítica história da cidade de Macondo e de seus inesquecíveis habitantes.
Lançado em 1967, Cem Anos de Solidão é tido, por consenso, como uma das obras-primas da literatura latino-americana moderna. O livro logo tornou o colombiano Gabriel García Márquez (1928-2014) uma celebridade mundial; quinze anos depois, em 1982, ele receberia o Prêmio Nobel de Literatura.
No romance o leitor acompanhará as vicissitudes da numerosa descendência da família Buendía ao longo de várias gerações. Todos em luta contra uma realidade truculenta, excessiva, sempre à beira da destruição total.
Todos com as paixões à flor da pele. E o "realismo mágico" de García Márquez não dilui a matéria de que trata - no caso, a história brutal e às vezes inacreditável dos países latino-americanos. Pelo contrário: só a torna mais viva.

COMENTÁRIO SOBRE A OBRA

Por Sylvia Colombo - Diretora-Adjunta da Folha Ilustrada

"O Coronel Aureliano Buendía promoveu 32 revoluções armadas e perdeu todas". Na descrição que Gabriel García Márquez faz do protagonista deste Cem Anos de Solidão estão ao mesmo tempo o humor funesto com que trata da impotência do homem e o tom de extrema naturalidade que usa para narrar fatos inverossímeis.
Publicado em 1967, o romance conta a história dos Buendía, família condenada por uma força inexplicável a viver um século de solidão. Sucessivas gerações de homens e mulheres marcados por sinais trágicos fazem mover uma engrenagem de repetições de comportamentos obsessivos e desilusões. Tudo se passa na fictícia Macondo, cuja história é pontuada por eventos fantásticos, visitas de ciganos e a ação corrosiva e quase imperceptível de insetos.
É possível interpretar o romance como uma metáfora do isolamento e da desesperança da América Latina. O pano de fundo é um dos sangrentos enfrentamentos entre conservadores e liberais, que cindiram a Colômbia a partir de meados do século 19.
Tamanha é a quantidade de novos personagens que fluem a partir da história central, que alguns preferem ler o livro desenhando uma árvore genealógica dos Buendía. Não se deve desprezar, porém, a sedutora alternativa de deixar-se confundir pelas caóticas ramificações da estirpe, que dão força à sensação de repetição e de catástrofe com que o romance está comprometido.

O AUTOR
Gabriel García Márquez (1928-2014)
Gabriel José García Márquez, nasceu em 1928, em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos. Completou os primeiros estudos em Barranquilla e Bogotá. Chegou a iniciar o curso de Direito, mas logo enveredou para o Jornalismo.
Em 1955, viajou para a Europa como correspondente de El Espectador. No final dos anos 50, de volta às Américas, trabalha em Caracas (Venezuela) e em Nova York, onde dirigiu a agência de notícias Prensa Latina.
Em 1960, García Márquez muda-se para a Cidade do México e começa a escrever roteiros para cinema. Publica então seu primeiro livro de ficção, Ninguém Escreve ao Coronel, e aquele que seria seu romance mais conhecido, Cem Anos de Solidão (1967).
Até 1975, García Máquez viveria na Espanha. Em 1981, volta para a Colômbia; acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exila-se no México. Em 1982, recebe o Prêmio Nobel de Literatura. O escritor retorna ao jornalismo em 1999, quando passa a dirigir a revista Cambio. Em 2001, publica Viver para Contar, primeiro volume de sua autobiografia. Gabriel García Márquez é o autor de Crônica de uma Morte Anunciada (1981), O Amor nos Tempos do Cólera (1985), O General em Seu Labirinto (1989), Notícias de um Sequestro  (1996), e Memória de Minhas Putas Tristes (2004), entre outros livros de ficção, memória e reportagem.
Em abril de 2009, Gabriel García Márquez declarou que havia se aposentado e que não pretendia escrever mais livros. Essa notícias viu-se confirmada em 2012, quando o seu irmão, Jaime García Márquez, anunciou que foi diagnosticada uma demência em Gabriel García Márquez e que, embora estivesse em bom estado físico, havia perdido a memória e não voltaria a escrever.
Garcia Márquez morreu em 17 de abril de 2014 na Cidade do México, vítima de uma pneumonia, pouco mais de um mês após completar 87 anos.

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