domingo, 7 de junho de 2015

Livro Recomendado da Semana – 07 a 13/06/2015

O GRANDE GATSBY - F. SCOTT FITZGERALD


O LIVRO

Por Maurício Santana da Folha de São Paulo
"O Grande Gatsby" se passa na Long Island dos anos 20, com jovens belas e exóticas, muito álcool, jazz, elegância, glamour e, pairando sobre tudo, a certeza de que a vida seria uma festa sem fim. Para Jay Gatsby, a voz de Daisy era inesquecível porque "soava a dinheiro". Romântico e sentimental, de uma beleza melancólica e triste, o livro retrata a recusa da maturidade, a incapacidade de envelhecer e uma obstinação: a de continuarem todos jovens e ricos para sempre.
Desde que foi lançada em 1925, a história de Jay Gatsby tornou-se uma parábola exemplar do sonho americano.
Protótipo do self-made man, Gatsby acumula grande fortuna e se torna figura lendária de uma América próspera, embalada pelo ritmo do jazz, as máquinas de Detroit e o cinema de Hollywood. Sua história de ascensão é narrada à distância por Nick Carraway, um convidado assíduo às suas festas. Carraway logo descobre a infelicidade íntima de seu "herói", que cultiva um antigo amor, até hoje mal resolvido, pela mulher de um milionário.
A atmosfera de euforia e vazio que toma conta de O Grande Gatsby é uma das melhores imagens da geração de F. Scott Fitzgerald (1896-1940), certamente seu melhor intérprete.
Numa enquete feita pela prestigiosa série "Modern Library", o livro foi considerado o segundo melhor romance de língua inglesa do século 20, atrás apenas do Ulisses de James Joyce.
Há várias versões do livro para o cinema, entre as quais a do diretor Jack Clayton, com roteiro de Francis F. Coppola e Robert Redford no papel-título.

COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO

Por Danuza Leão (Colunista da Folha de São Paulo)
Na Long Island nos anos 20 havia jovens belas e exóticas, muito álcool, jazz, elegância, glamour e, pairando sobre tudo, a certeza de que a vida seria uma festa sem fim.
Para Jay Gatsby, a voz de Daisy era inesquecível porque "soava a dinheiro".
Romântico e sentimental, de uma beleza melancólica e triste, o livro retrata a recusa da maturidade, a incapacidade de envelhecer e uma obstinação: a de continuarem todos jovens e ricos para sempre.
Fitzgerald e seu personagem descobrem, cedo, que a riqueza não é apenas o champagne rosée; ela pertence aos ricos sem charme mas com dinheiro, que falam num dialeto particular inacessível aos simples mortais, que só eles entendem.
Descobrem também que nenhuma festa dura para sempre e que para conseguir impunemente estar ao mesmo tempo dentro e fora dela, só sendo aristocrata ou tendo nascido rico: é a irrealidade da realidade.
Gatsby quis subir ao topo do mundo para, lá de cima, sorver a vida; quando seu companheiro Carraway lhe diz: "Mas não se pode voltar ao passado", ele responde, sem hesitar: "Mas é claro que se pode".
Era o sonho americano.

O AUTOR

Francis Scott Key Fitzgerald
Francis Scott Key Fitzgerald nasceu em 1896, em St. Paul, Minnesota (EUA). Filho de uma família de alta classe média, fez seus estudos na Universidade de Princeton, mas não chegou a se formar. Seu primeiro romance, Este Lado do Paraíso, publicado em 1920, foi um sucesso imediato.
Em pouco tempo, vendeu 50 mil exemplares - quantidade fantástica para a época. Fitzgerald logo tornou-se o autor mais bem pago de seu tempo. Lançou Seis Contos da Era do Jazz em 1922; e três anos mais tarde surgiria O Grande Gatsby.
Fascinado pelo estilo de vida da elite, casou-se com uma bela mulher da alta sociedade. A vida de agitação do casal, com viagens e festas em cidades dos EUA e da Europa, terminaria de forma dramática: Zelda Fitzgerald viveu seus últimos dias em um hospício.
A vida atribulada não lhe permitiu produzir mais romances. Tornou-se então escritor de crônicas e ensaios, publicados em revistas. Somente em 1934 publicaria o romance Suave É a Noite, friamente acolhido pela crítica da época, mas hoje tido como um de seus melhores trabalhos.
Entregue ao alcoolismo, Fitzgerald amargou uma fase de ostracismo em Hollywood, escrevendo roteiros de filmes - todos rejeitados ou muito modificados. No ano de sua morte, 1940, chegou a começar mas não concluiu o romance O Último Magnata (The Last Tycoon), muitas décadas depois transformado em filme de sucesso na mesma Hollywood.

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